Dia 20 foi aniversário do papai. Todo mundo foi almoçar e me deixou lá na cama. Eu, que não sou bobo, comecei a resmungar. Como ninguém veio atender, Laura chegou, tirou minha manta, me pegou por debaixo dos braços e me levou pra sala, pro colo da vovó Lu. Não entendi a cara de susto de todo mundo: ela tava me ajudando, pô!
quinta-feira, 28 de junho de 2007
quinta-feira, 14 de junho de 2007
terça-feira, 12 de junho de 2007
Os primeiros passeios...
Agora sim!
sexta-feira, 8 de junho de 2007
Que história, hein?
Era terça-feira. Mamãe já sentia contrações, mas ainda era cedo para querer ir para o hospital. Bem que o Luizinho e a Tita tentaram convencê-la, mas ela não queria ficar lá na maca, sozinha, com aquele soro. Então, ficamos em casa. Ela já sabia que teria que sair de madrugada para eu nascer, Papai já tinha deixado tudo combinado com o Luizinho. Fomos deitar. Mas nem eu, nem Mamãe conseguíamos dormir.
As contrações vinham de vinte em vinte minutos. Mamãe cochilava, acordava com o incômodo, olhava as horas e voltava a cochilar. Isso por intermináveis duas horas. Até que ela foi acordada por uma contração mais forte, dolorosa. Pensou: "vou acordar o Frank assim que essa contração passar". Só que, quando essa passou, veio imediatamente outra. Eu estava mesmo querendo nascer. Acordamos o Papai, que ligou para o Luizinho. Para aliviar a dor, Mamãe tomou um banho com a água bem quentinha. Entendi que eu já podia sair, porque a água aumentou ainda mais a dilatação.
Quando saiu do banho, veio uma dor forte e diferente, porque Mamãe sentia que eu estava empurrando. Ela gritou o Papai:
- Vai nascer aqui!
Papai tentou acalmá-la. Outra contração e ela já podia encostar na bolsa de líquido amniótico com a mão. Parecia que tentava segurar para eu não pular para fora. Chamou o Papai de novo:
- Está nascendo!
- Não! - ele respondeu. - Você só está sentindo muita dor!
- Está nascendo, olha aqui!
Papai olhou. E depois disse que não caiu porque Deus não quis. Aconselhou mamãe a deitar na cama, mas ela só conseguiu ficar na beiradinha, de forma que, se eu nascesse, cairia no chão. Tio Zé chegou para nos levar para o hospital. Papai, desesperado:
- Zé, você não está entendendo, o menino está nascendo!
Ele, no auge da calma, exclamou:
- Mas tá desse jeito, meu filho?
Papai ligou para a ambulância. Os dois estavam lá fora quando veio a penúltima empurrada e minha cabeça saiu. Mamãe gritou muito para alguém me amparar. Tio Zé veio, arrastando os chinelinhos, mas chegou a tempo de me pegar enquanto eu saía, com a última contração. O que fazer? Amarrar o cordão, pensou a mamãe. Tio Zé foi lá procurar uma linha. Achou a caixa de bordado. Olhou a primeira: cor-de-rosa. Não, não vou amarrar o umbigo do João com cor-de-rosa. Olhou a segunda, rosa também. Dizem que foi a terceira, de um vermelho vivo, a linha escolhida. Mamãe nem viu, encantada comigo no colo pela primeira vez.
Laura acordou, Tia Tê chegou, muito barulho e muita bagunça na casa. Eu e Mamãe ainda estávamos ligados pelo cordão, com a placenta lá na barriga. Chegaram também os paramédicos, que fizeram os primeiros exames e nos separaram. Abri os olhos enrolado numa toalha, no colo da Tia Tê. Fomos para o hospital. No portão, Luizinho torcendo as mãos: nem quis entrar em casa, de tão nervoso. Deixamos para trás Laura, tia Tê, nossa casa e a bagunça.
A ambulância andava muito lenta. Na maternidade, uma infinidade de papéis para assinar antes de eu ir para o berçário, de onde só saí com o sol alto. Mamãe fez exames, teve que contar a história mil vezes. Mas estava feliz e se sentindo bem, apesar do cansaço. Papai tremia, desconsolado. Ainda bem que lá estavam também Vovó Lu e Vovó Keka, para dar uma força para ele. Ele ficou ao lado da Mamãe até quase de manhã, quando terminou a curetagem e ela pôde, finalmente, ir para o quarto. E foi ele quem a tirou da maca e colocou no leito do hospital. Depois, quando voltou para casa, um vazio grande não o deixava dormir.
Disseram que eu nasci às duas e quinze da manhã. Dezesseis de maio. Era uma lua cheia. Dia bonito, esse.
As contrações vinham de vinte em vinte minutos. Mamãe cochilava, acordava com o incômodo, olhava as horas e voltava a cochilar. Isso por intermináveis duas horas. Até que ela foi acordada por uma contração mais forte, dolorosa. Pensou: "vou acordar o Frank assim que essa contração passar". Só que, quando essa passou, veio imediatamente outra. Eu estava mesmo querendo nascer. Acordamos o Papai, que ligou para o Luizinho. Para aliviar a dor, Mamãe tomou um banho com a água bem quentinha. Entendi que eu já podia sair, porque a água aumentou ainda mais a dilatação.
Quando saiu do banho, veio uma dor forte e diferente, porque Mamãe sentia que eu estava empurrando. Ela gritou o Papai:
- Vai nascer aqui!
Papai tentou acalmá-la. Outra contração e ela já podia encostar na bolsa de líquido amniótico com a mão. Parecia que tentava segurar para eu não pular para fora. Chamou o Papai de novo:
- Está nascendo!
- Não! - ele respondeu. - Você só está sentindo muita dor!
- Está nascendo, olha aqui!
Papai olhou. E depois disse que não caiu porque Deus não quis. Aconselhou mamãe a deitar na cama, mas ela só conseguiu ficar na beiradinha, de forma que, se eu nascesse, cairia no chão. Tio Zé chegou para nos levar para o hospital. Papai, desesperado:
- Zé, você não está entendendo, o menino está nascendo!
Ele, no auge da calma, exclamou:
- Mas tá desse jeito, meu filho?
Papai ligou para a ambulância. Os dois estavam lá fora quando veio a penúltima empurrada e minha cabeça saiu. Mamãe gritou muito para alguém me amparar. Tio Zé veio, arrastando os chinelinhos, mas chegou a tempo de me pegar enquanto eu saía, com a última contração. O que fazer? Amarrar o cordão, pensou a mamãe. Tio Zé foi lá procurar uma linha. Achou a caixa de bordado. Olhou a primeira: cor-de-rosa. Não, não vou amarrar o umbigo do João com cor-de-rosa. Olhou a segunda, rosa também. Dizem que foi a terceira, de um vermelho vivo, a linha escolhida. Mamãe nem viu, encantada comigo no colo pela primeira vez.
Laura acordou, Tia Tê chegou, muito barulho e muita bagunça na casa. Eu e Mamãe ainda estávamos ligados pelo cordão, com a placenta lá na barriga. Chegaram também os paramédicos, que fizeram os primeiros exames e nos separaram. Abri os olhos enrolado numa toalha, no colo da Tia Tê. Fomos para o hospital. No portão, Luizinho torcendo as mãos: nem quis entrar em casa, de tão nervoso. Deixamos para trás Laura, tia Tê, nossa casa e a bagunça.
A ambulância andava muito lenta. Na maternidade, uma infinidade de papéis para assinar antes de eu ir para o berçário, de onde só saí com o sol alto. Mamãe fez exames, teve que contar a história mil vezes. Mas estava feliz e se sentindo bem, apesar do cansaço. Papai tremia, desconsolado. Ainda bem que lá estavam também Vovó Lu e Vovó Keka, para dar uma força para ele. Ele ficou ao lado da Mamãe até quase de manhã, quando terminou a curetagem e ela pôde, finalmente, ir para o quarto. E foi ele quem a tirou da maca e colocou no leito do hospital. Depois, quando voltou para casa, um vazio grande não o deixava dormir.
Disseram que eu nasci às duas e quinze da manhã. Dezesseis de maio. Era uma lua cheia. Dia bonito, esse.
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